quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A agenda que liberta

Você já ouviu falar no Paradoxo dos Gêmeos? Tratase de uma hipótese do físico francês Paul Langevin: enquanto um gêmeo fi ca na Terra, o outro dá uma volta pelo Universo à velocidade da luz e, ao retornar do espaço, descobre que seu irmão envelheceu mais que ele. Essa idéia impossível baseia-se na teoria de Einstein, segundo a qual alterações de velocidade provocam alterações na percepção do tempo. Na vida prática esse paradoxo também existe, pois quanto mais dinamismo tem nossa vida, mais forte é a impressão de que o tempo passa depressa. Mas nós envelhecemos menos, pois produzimos mais (ou vivemos mais) em um intervalo menor de tempo. Fantástico, não?

Então o negócio é viver correndo para usar bem o tempo? Claro que não! A estratégia é racionalizar o uso do tempo, que, aliás, é o mesmo para todos. Como? Simples: tenha uma agenda. E não só tenha, use. Bem. A respeito de agenda, a primeira percepção é a de que ela escraviza, mas não, ao contrário, ela liberta! Entrega de volta a você sua própria vida, pois lhe dá o controle, uma vez que você a criou. Durante algum tempo, tenha duas agendas. A de compromissos agendados, e outra, a ser preenchida no fi nal de cada dia, contendo os tempos gastos na realização de cada uma das diversas tarefas. Isso permite computar, ao longo de uma semana ou de um mês, qual foi o investimento de tempo em rotina, produção, contatos, desenvolvimento pessoal, ginástica e até em chatices, como trânsito e reunião improdutiva. Assim, você terá uma visão panorâmica para corrigir rumos e adotar medidas para evitar desperdícios.

Em síntese, cuide do seu tempo, pois desta forma cuidará de você mesmo e terá o respeito dos outros. Lembre- se de que Zeus só se tornou o deus mais poderoso do Olimpo depois que controlou Chronos, o deus do tempo, aquele que tinha o hábito de comer os próprios fi lhos — como continua fazendo até hoje com alguns, os que não se organizam, e dos quais só ouvimos queixas e justifi cativas, além de choro e ranger de dentes.

reportagem da revista Voce S/A.
Eugenio Mussak

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